Clara estava lendo seus e-mails, assim que os lia, excluía-os. E foi deste jeito que as ameaças começaram. Ela clicou num dos e-mail e esperou a página carregar. No mesmo instante que página abriu Clara gritou de pavor ao ver uma foto horrível.

A foto: uma pessoa estrangulada, com a cabeça decepada ao lado do ombro, com os olhos abertos e muito sangue.

Abaixo da foto, um pequeno texto que fez os pelos de Clara arrepiar.

O texto: “Olhe bem esta foto, veja o corpo estrangulado e preste bem atenção: Afaste-se do meu homem ou transformarei você em um bolo de carne igual à foto.”

Clara desligou o computador apavorada, desceu para a sala e ouviu o telefone tocar; sua tia já atendera-o.

— Alhô? — disse a tia ao atender o telefone. — A Clara está lá em cima vendo Big Blotchi! Quer que eu chame ela? Tá bom. — a tia de Clara pôs o telefone em cima da mesinha — CLARAAA! — gritou.

— Estou aqui.

— Ahn, telefone. — disse a tia.

A Clara andou até o telefone e o colocou na altura do ouvido, com algum receio e escutou uma voz estranha do outro lado da linha.

— Afaste-se do meu homem ou matarei você. — disse a estranha voz.

Clara desligou o telefone rapidamente e desconectou o fio do aparelho. Foi à cozinha e bebeu um copo d’água gelada. Voltou para seu quarto, deitou-se na cama e tentou dormir. Teve vários pesadelos naquela noite, um pior que o outro. Num, ela estava sendo torturada com agulhas, noutro com facas. No último pesadelo ela estava sendo afogada numa piscina por uma pessoa desconhecida. Ela acordou aos berros e seu pai entrou no quarto esbaforido perguntando o que havia acontecido e ela respondeu, ofegando, que fora apenas um pesadelo idiota. Seu pai abraçou-a e disse-lhe que estava atrasada para a escola.

Clara deu um pulo da cama, banhou-se, secou-se e vestiu-se. Desceu as escadas com a bolsa no ombro, foi ao armário e colocou seus 5 biscoitinhos no potinho transparente com a tampa verde, deu tchau a seu pai e à sua tia (sua mãe estava em Fortaleza) e correu para o ponto de ônibus e o esperou até que chegasse. Quando chegou, entrou, sentou-se em um banco e acomodou-se. Respirou fundo e observou os populares pela janela. Por alguns minutos, Clara esquecera-se das ameaças. Ao ponto certo Clara desceu do ônibus, caminhou à escola e esperou a porta ser aberta. Logo, alguns de seus amigos chegaram. Primeiro o P.A, seguidos por Állan e Caique. Do outro lado da rua, esperando os carros passar, estava Humberto (Pato Donald). Os quatro amigos o observam atravessar, ele aperta as mãos dos meninos e dá um beijo em cada bochecha de Clara. Caique olha pra Clara e ambos riem. A porta da escola é aberta e todos entram.